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Artigo | Quem financia Bolsonaro?

Estado precisa rever salário de líder de vândalos

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Bolsonaro poderá embolsar R$ 86 mil por mês como "aposentadoria" - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Ficou claro que a fracassada tentativa de golpe, no dia 8 de janeiro, foi planejada, organizada, estruturada e financiada. É importante que as autoridades competentes descubram quem financiou. Tarefa que não será tão difícil. Os próprios antipatriotas irão entregá-los assim que a ficha cair e eles saírem do delírio coletivo que vivem.

Há suspeitas que boa parte do financiamento venha de integrantes do agronegócio, como já foi confirmado pela primeira lista de investigados. Isso valida a afirmativa do presidente Lula que classificou parte do agro de apoiadores de "fascistas". O povo brasileiro espera que sejam identificados e publicizados todos financiadores. Eles também são responsáveis por transformar pessoas em alienados e terroristas.

Bolsonaro ainda é o maior expoente da extrema-direita brasileira e continuará a ser financiado pelo Estado

Uma coisa é termos ciência de quem são os financiadores da extrema-direita bolsonarista, outra é saber: quem financia o próprio Bolsonaro?

Bolsonaro passou os últimos quatro anos atentando e insuflando atos contra a ordem democrática do Brasil. Ele sempre desejou o caos, sempre apostou na desordem. Nunca repreendeu os seus apoiadores quando portavam faixas com dizeres antidemocráticos e inconstitucionais. Seu silêncio sempre foi o seu aval.

Na comemoração do bicentenário da independência, Bolsonaro usou todo o aparato estatal para atacar o STF e dizer que não cumpriria mais decisões do tribunal. As suas redes sociais, vídeos e comentários sempre foram repletos de mentiras, desinformação e ataques. As motociatas, os passeios de jetski, as idas em templos religiosos, entre tantas outras viagens, foram sustentadas com recursos financeiros que o seu cargo lhe dava. O Estado Brasileiro foi por anos o financiador de Bolsonaro em sua aventura fascista.

Bolsonaro, mesmo que ex-presidente, ainda é o maior expoente da extrema-direita brasileira e continuará a ser financiado pelo Estado.

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Duas aposentadorias mais equipe

O ex-presidente acumulará duas aposentadorias — a de capitão reformado do Exército e a de deputado federal. Os dois benefícios se aproximam de R$ 42 mil, além de ter direito, por ser ex-presidente, a quatro servidores para segurança e apoio pessoal, dois veículos oficiais, com os respectivos motoristas e assessoramento de dois servidores ocupantes de cargos em comissão. Gastos com diárias de hotel, passagens de avião, combustível e seguros também estão previstos.

E terá mais. A intenção do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, é pagar a Bolsonaro um salário equivalente ao teto constitucional do setor público — que deve subir para R$ 41,7 mil em 2023. Bolsonaro poderá embolsar em dinheiro R$ 86 mil, no total.

O Estado Brasileiro, por meio das autoridades competentes, precisa avaliar se manterá todas essas benesses a um ex-chefe de Estado que é líder de terroristas, que sempre irão atentar contra o Estado Democrático de Direito.

Ediel Vieira Rangel é mestre em tecnologia e pesquisador sobre tecnologia e alienação da classe trabalhadora. Também atua como voluntário na Comissão Pastoral da Terra de Minas Gerais e, desde 2016, documenta a luta no campo e comunidades quilombolas.

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Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal.

Edição: Elis Almeida