Rio Grande do Sul

TRABALHADORES

Terceirizados da Refap mantém greve mas querem negociar contraproposta

Justiça determina retorno ao trabalho enquanto operários defendem construção de acordo com os patrões

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Comissão que representa os terceirizados criticou a postura do TRT4 de reconhecer abusividade da greve - Foto: Rafaela Amaral / STIMMMEC

Os terceirizados da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas (RS), entraram hoje (8) no seu décimo dia de greve. Permanecem paralisados mas aprovaram uma contraproposta e querem negociar com as empresas Estrutural, Manserv, Estel e Engevale.

Entre as reivindicações estão melhorias nos benefícios e salários ofertados para o trabalho na parada de manutenção da Refap. A contraproposta foi aprovada nesta terça-feira (7), feita com base no que foi encaminhado na segunda rodada de mediação do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4).

Porém, na segunda-feira (6), a Seção de Dissídios Coletivos, do TRT4, ratificou a liminar que reconheceu a abusividade da greve.  A decisão determina o retorno imediato às atividades na refinaria, sob pena de multa diária de R$ 200 por grevista, a ser dividida entre o próprio empregado e o sindicato da categoria.

Pressão sobre os empregados

Em assembleia, a comissão que representa os terceirizados criticou a postura do TRT4. Entende que apenas agrava a pena que recai sobre os trabalhadores, hoje já sofrendo com salários e benefícios rebaixados em relação a outras refinarias. Nesta quarta-feira, sindicalistas denunciaram, através de vídeos, que havia empresas pressionando seus funcionários a retornarem imediatamente ao trabalho.

Apesar disso, os trabalhadores apostam na reabertura das negociações. Sua contraproposta inclui aumento para R$ 1 mil na ajuda de custo para estadia; reembolso das passagens de vinda e o pagamento integral do deslocamento de retorno dos trabalhadores que moram fora do Estado; vale alimentação de R$ 700,00; pagamento de 100% nas horas extras aos sábados; e aumento das horas prêmio ao término da parada de manutenção.

Readmissão dos demitidos

Eles também reivindicam a contemplação de três pontos relacionados à paralisação que são os seguintes: abono dos dias parados; readmissão ou pagamento integral dos trabalhadores demitidos; e suspensão das advertências e multas.

A paralisação do trabalho da parada de manutenção da Refap foi deflagrada em 30 de janeiro mas suspensa nos dias 1º e 2 de fevereiro devido às tratativas em curso envolvendo terceirizados, empresas e Justiça. Como a proposta negociada foi avaliada como insatisfatória, os trabalhadores aprovaram a retomada da greve.


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Edição: Marcelo Ferreira