Minas Gerais

Coluna

Editorial | Com muito orgulho

Imagem de perfil do Colunistaesd
Em 2023, parada do orgulho LGBTI+ CHEGA EM SUA 24ª edição em BH - Foto: Divulgação/PBH
Colocar o corpo na rua, em festa, é ter coragem de lutar

Junho é o mês mais colorido do ano, e não é só pelas festas de São João. As ruas de diversas cidades brasileiras também se enchem com as cores, com as danças e com a voz de gente que faz da alegria uma forma de luta.

Desde a primeira edição brasileira, em 1997, a Parada do Orgulho LGBTI+ (antes chamada de Parada do orgulho GLS ou Parada Gay) foi agregando cada vez mais sujeitos e, hoje, reúne milhões de pessoas em celebração ao Dia do Orgulho LGBTI+, oficialmente comemorado no dia 28 de Junho.

São Paulo teve sua 27ª edição no último domingo (11), e trouxe a efetivação de políticas sociais como reivindicação principal. Em sua 24ª edição, a de Belo Horizonte está marcada para o dia 9 de Julho.

:: Receba notícias de Minas Gerais no seu Whatsapp. Clique aqui ::

Neste ano, a Parada tem um sabor especial, já que acontece após a vitória de Lula com um projeto que dá visibilidade às pautas relacionadas aos direitos humanos. Ao mesmo tempo, tem a tônica de comemoração da derrota do projeto que disseminou ódio e violência contra a população LGBTI+ nos últimos anos.

O momento, portanto, é de superação dos retrocessos do período anterior e de reivindicação de direitos.

O desmonte das políticas públicas e a negação de direitos para a população LGBTI+ foi parte fundamental do projeto do governo Bolsonaro. Além de descontinuar programas importantes nas mais diversas áreas, extinguiu a participação social que vinha sendo construída através das conferências e conselhos e orientou as estruturas de governo a partir de práticas discriminatórias e preconceituosas.

Zema vetou projeto que pune discriminação

Em Minas Gerais, os últimos quatro anos não foram diferentes. Além de não ter nenhuma proposta para a população LGBTI+, Romeu Zema chegou a vetar um Projeto de Lei que punia a discriminação por orientação sexual no ambiente de trabalho e seu governo não tem sequer uma secretaria de direitos humanos.

É diante desse cenário que se coloca a tarefa da retomada de um projeto que traga dignidade, cidadania e direitos a todos os sujeitos LGBTIs+. Essa construção passa pela disputa nas ruas, pela disputa ideológica, pela organização popular, pela reivindicação de orçamento e de políticas públicas no governo Lula.

Tudo isso com muito orgulho. Porque no país que mais mata LGBTIs+ no mundo, colocar o corpo na rua, em festa, afirmando toda a sua humanidade, é ter coragem de lutar.

Edição: Elis Almeida