Minas Gerais

AGROECOLOGIA

Em BH, feira do MST comercializa 50 toneladas de produtos saudáveis entre 14 e 16 de julho

Com programação cultural, evento acontece no Parque Municipal e reúne 250 trabalhadores sem-terra de todo o estado

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
15 cooperativas e associações do MST estarão presentes na feira - Foto: Flora VIlela/ MST MG

Com o tema “Rompendo cercas, produzindo alimentos”, começa nesta sexta-feira (14), na capital mineira, a IV Feira Estadual da Reforma Agrária. O encontro, organizado pelo Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), tem programação até domingo (16), no Parque Municipal, no Centro de Belo Horizonte.

O objetivo da feira é compartilhar com a cidade a produção de alimentos e atividades culturais dos assentamentos e acampamentos do movimento. Ao todo, 250 agricultores e membros das equipes de trabalho do MST, de todas as regiões de Minas Gerais, participam da atividade.

Além de 15 cooperativas e associações do MST, a feira também terá a presença de coletivos parceiros do movimento, que atuam com economia solidária e com a agricultura urbana.

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Das 50 toneladas de produtos que o movimento espera comercializar durante a atividade, o destaque fica para os alimentos saudáveis, in natura e processados, produzidos sem veneno e a partir de relações justas de trabalho e com a natureza.

Entre os produtos, o famoso café Guaií e o arroz orgânico produzido no Rio Grande do Sul poderão ser adquiridos. Artesanatos, fitoterápicos, mudas e livros também serão vendidos.

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Paula Ribeiro Guimarães, do setor de produção do MST, destaca que participar da feira é uma oportunidade de vivenciar o projeto de reforma agrária popular do movimento.

“Com a feira, conseguimos ocupar a capital do estado com os frutos do nosso projeto de reforma agrária popular. Conseguimos mostrar a produção que é feita nas nossas áreas e as pessoas têm contato com os assentados e acampados do movimento”, explica.

Debates, cortejos e apresentações culturais

A programação da feira também conta com rodas de conversa, cortejos e apresentação teatral. Temas como a função social da terra e os desafios da agricultura camponesa serão debatidos durante o encontro.

O MST ainda realizará uma ação de solidariedade, com distribuição de alimentos para comunidades em situação de vulnerabilidade social e econômica da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

No domingo, a partir das 10h, os feirantes e visitantes poderão participar de um ato político em defesa da reforma agrária popular, que contará com a presença de João Pedro Stédile, da direção nacional do movimento.

As apresentações culturais, além de artistas do próprio MST, serão conduzidas por nomes de peso da música mineira, como Rubinho do Vale, Fernanda Takai e Sérgio Pererê. Além disso, a programação artística também conta com um “arraiá”, moda de viola e samba.

Feira é resultado de um processo

Diante das tentativas, promovidas pela extrema-direita, de criminalizar o MST, em especial a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional, a feira também ganha outro significado. Como aponta Paula, a atividade é um momento privilegiado de demonstrar à sociedade mineira quem são os sem-terra e quais são as suas principais bandeiras de luta.

“Além da resistência ao processo de criminalização e da CPI, e convocar a solidariedade, queremos aliar, em todas as dimensões da feira, a luta pela terra, ocupação e produção de alimentos. Demonstrar o papel da reforma agrária popular no combate à fome e apresentar a diversidade da nossa produção”, explica Paula.

Para o movimento, as feiras são o resultado de um processo que começa desde as ocupações de terras improdutivas. Pois, é justamente nesses territórios da reforma agrária, conquistados pelos trabalhadores, onde são plantados e cultivados os produtos agroecológicos e orgânicos que chegam às mesas dos moradores das cidades.

O MST compreende a luta pelo direito à terra como parte da luta por um conjunto de reformas estruturais no país, que contribuam com o enfrentamento das desigualdades e abram caminho para a construção de uma sociedade mais justa, sustentável e solidária.

Confira a programação completa da IV Feira Estadual da Reforma Agrária:

Sexta-feira (14)

8h - Abertura da IV Feira Estadual da Reforma Agrária

14h - Roda de conversa: a função social da terra

14h - Roda de conversa: por reforma agrária popular, plantar árvores, produzir alimentos saudáveis

15h - Roda de conversa: resultados e desafios da agricultura camponesa no acesso ao mercado institucional

17h30 - Viola enluarada, com Wilson Dias e Rubinho do Vale

Sábado (15)

7h - Feira da reforma agrária

10h - Cortejo da ciranda infantil

11h - Apresentação teatral: Lili canta o mundo

13h - Samba da nossa terra

14h30 - Apresentação teatral, com coletivo Fuzuê

15h20 - Tambores do Mucuri

16h - Café da tarde com juristas

16h - Samba D’Ouro

17h30 - Arraiá “Tô com MST”: forró com dois ou um

Domingo (16)

7h - Feira da reforma agrária

10h - Ato político em defesa da reforma agrária popular, com João Pedro Stédile

11h30 - Ato de solidariedade, com participação da Mesa de Tereza

14h - Festival “MST por terra, arte e pão”, com Fernando Anitelli, Fernanda Takai, Sérgio Pererê, Nádia Campos, Paulinho Santos e outros

Edição: Larissa Costa