Rio Grande do Sul

CONSEQUÊNCIAS

Movimento pela Soberania Popular na Mineração realiza encontro neste final de semana em Porto Alegre

Debate irá tratar do tema mineral e suas contradições, avaliando os impactos do avanço da atividade no território gaúcho

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Em debate os impactos ambientais, a propagação de doenças e os problemas trabalhistas da mineração - Foto: Divulgação/ Flapa Engenharia e Mineração

Inicia na noite desta sexta-feira (15) e segue até domingo (17), em Porto Alegre, o evento "Mineração, Ambiente e Saúde no Rio Grande do Sul – comunidades ameaçadas e impactadas", na Pousada São Lourenço, R. Paulino Chaves, 291, Santo Antônio. A iniciativa do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), em colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), conta também com a participação de instituições de ensino superior, organizações e movimentos populares, sindicatos e movimentos culturais com atuação direta em âmbito estadual e nacional.

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O objetivo desta atividade é proporcionar um espaço de discussão e reflexão sobre o cenário mineral no Rio Grande do Sul e suas complexas implicações. Serão abordados os impactos do crescimento da indústria da mineração no território gaúcho, destacando questões críticas relacionadas ao meio ambiente, saúde pública, desigualdades trabalhistas e a necessidade de diversificação das atividades econômicas.

Segundo o MAM, historicamente, o Rio Grande do Sul tem sido marcado pela presença da mineração em algumas regiões, como o polo carbonífero de Candiota, onde essa atividade está há mais de três décadas. "No entanto, a constante extração de carvão, aliada aos esforços para implementar novos projetos de mineração de fosfato, chumbo, zinco, cobre, titânio e outros minerais, resulta em uma série de contradições intrínsecas", destacam.

Ainda, reforçam, que territórios tradicionais estão sob ameaça devido aos avanços da indústria mineral e são afetados por aterros clandestinos que colocam em risco áreas de preservação ambiental e de importância cultural em todo o estado. "A mineração é uma ameaça constante no estado, colocando em risco o bioma Pampa, e já tem causado conflitos comunitários, adoecimento e ameaças a territórios e comunidades tradicionais. Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), são mais de sete mil pedidos de pesquisa mineral e 166 projetos de mega mineração em andamento no RS."

Este evento reunirá especialistas, ativistas, acadêmicos e membros da comunidade para discutir soluções e estratégias que possam abordar os desafios e impactos da mineração no estado. Serão realizados painéis, debates e apresentações ao longo dos três dias, proporcionando uma plataforma para o compartilhamento de conhecimento e a busca por alternativas sustentáveis.

A atividade é uma realização conjunta entre o MAM, a Fiocruz, Fecosul, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB, Andes Sindicato, Universidade Federal do Rio Grande - UFRG, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, Quilombo Vila Nova, Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais, Universidade Federal do Pampa - Unipampa, Comitê de Combate à Megamineração no RS, UPP Camaquã, Agrupa e Escola Be-a-ba Angola Malta.

O Projeto “Mineração e impacto socioambiental”, é resultado de uma colaboração entre o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) e tem como objetivo ampliar o entendimento dos impactos socioambientais provocados pela atividade mineradora nos territórios minerados, para a classe trabalhadora do setor e população impactada.


 


Edição: Marcelo Ferreira