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Editorial | Caos no Rio Grande do Sul e em São Paulo chegará a Minas se privatizar as estatais

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Em Minas Gerais, Cemig, a Copasa e a Codemig podem ser privatizadas pelo Governo Zema - Foto: Clarissa Barçante
Zema e sua cabeça de caixa registradora quer privatizar Cemig, Copasa e Codemig

Dezenas de cidades do Rio Grande do Sul sofrem há algumas semanas com a falta de água e de energia. Momentos de angústia e sofrimento atingem milhares de famílias da Região Metropolitana de Porto Alegre. Só na capital, 1,3 milhão de moradores vivem a situação da falta de abastecimento e de luz. O cenário é de angústia e desespero após uma semana de escuridão e falta d’água.

Falta água porque não há energia para o tratamento. São seis estações de captação de água, cinco delas ficaram sem energia por horas e dias. Os alagamentos perduram por dias pela falta de energia para o bombeamento de onze bombas. Frente ao caos, quem mais sofre é a população, que teve a interrupção dos serviços para que se possa priorizar o atendimento a hospitais, asilos e equipamentos de assistência social. 

A culpada é a antiga empresa pública do Rio Grande do Sul CEEE Equatorial, vendida a preço de banana, no final de 2021, pelo governador Eduardo Leite (PSDB) com aprovação do prefeito Sebastião Melo (MDB).

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A privatização da empresa trouxe as consequências já conhecidas em outras partes do Brasil e do mundo: aumento tarifa, precarização do serviço, diminuição dos trabalhadores que prestam os serviços, aumento dos gastos com publicidade, apagões e incapacidade de restabelecer a distribuição de energia em momentos de emergências, como tem sido cada vez mais frequente com os fenômenos extremos provados pelo aquecimento global.

Ao mesmo tempo que precariza o serviço as empresas recém passadas para iniciativa privada priorizam os lucros, e aumentam enormemente o repasse de dividendos para os acionistas. Com 8 meses de privatizada, a CEE já havia repassado R$ 1,2 bilhão em dividendos, que saíram obviamente do consumidor.

Mas a população reage e tem se mobilizado para que a CEEE volte a ser público, um grande ato ocorreu na quarta-feira (24). E mesma a classe política e empresarial que defende as privatizações, vêem seus negócios e produção atingidos diretamente pela falta de energia.

São Paulo tem passado por problemas semelhantes e igualmente graves, com apagões frequentes e dificuldade da empresa privatizada Enel, de lidar com os temporais. Para complicar, o atual governador acaba de privatizar a SABESP empresa de saneamento. O roteiro já sabemos... aumento da tarifa, precarização, etc

Em Minas Gerais temos ferramentas importantes para nosso desenvolvimento e para enfrentar as mudanças climáticas, que são a Cemig, a Copasa e a Codemig. Zema e sua cabeça de caixa registradora quer privatizá-las.

Os mineiros não podem deixar.

 

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Edição: Elis Almeida