Minas Gerais

ORGANIZAÇÃO

Em MG, lideranças populares e sindicais planejam Plebiscito Popular em Defesa das Estatais

Entre os dias 24 e 25 de fevereiro, 400 representantes de todo o estado estarão reunidos na capital mineira

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Imagem - Patrícia Sousa

Lideranças populares e sindicais de todas as regiões mineiras se reúnem em Belo Horizonte, no próximo fim de semana, para planejar a construção do Plebiscito Popular em Defesa das Estatais de Minas Gerais, previsto para acontecer entre os dias 19 de abril e 1º de maio. 

A iniciativa tem o objetivo de contrapor às tentativas do governo do estado, sob gestão de Romeu Zema (Novo), de entregar à iniciativa privada empresas públicas que atuam em setores estratégicos, como saneamento, abastecimento hídrico e energia. 

O Seminário de Formação de Formadores acontece das 9h de sábado (24) até às 14h de domingo (25), na Escola Municipal Belo Horizonte. Além de mesas de debate, oficinas, e reuniões dos representantes dos municípios, no primeiro dia de encontro  terá uma atividade cultural, a partir das 19h, no Mercado da Lagoinha. A expectativa é de que participem aproximadamente 400 lideranças. O evento é gratuito e para se inscrever, clique aqui.

 

Auto-organização popular

Ainda no ano passado, o governador enviou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) estadual que tem o objetivo de retirar a obrigatoriedade de realizar um referendo para vender a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig). 

Além de debater sobre o atual momento político e o papel das empresas públicas no desenvolvimento do estado, o seminário privilegia a auto-organização popular para pensar as estratégias de enfrentamento das medidas neoliberais do governador. É o que explica Marina Oliveira, que faz parte da coordenação estadual do Plebiscito Popular em Defesa das Estatais.

“A ideia de construir um plebiscito popular nasceu de um conjunto de organizações, movimentos sociais, estudantes, sindicatos e servidores públicos, movimentos de diversas trajetórias, que já têm acúmulo de lutar por uma Minas Gerais mais justa, mais solidária e mais democrática. A gente entende que defender essas empresas públicas é defender o povo de Minas Gerais”, destaca.

Troca de experiências

Em setembro de 2023, aconteceu em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana, o primeiro Seminário Estadual de Formação de Formadores do Plebiscito Popular em Defesa das Estatais de Minas Gerais. Desde então, aconteceram dezenas de plenárias locais, como parte do processo de construção da iniciativa. 

Agora, no segundo seminário, a expectativa da comissão organizadora é de ampliar ainda mais a capilaridade e construir as bases para que o plebiscito aconteça na maior parte dos municípios mineiros. 

A professora de Barbacena Aline Maia é uma das lideranças que se deslocará para Belo Horizonte, com o objetivo de participar do encontro no fim de semana. Para ela, o momento será privilegiado, uma vez que permitirá a troca de experiência entre pessoas de diferentes regiões do estado. 

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“É um estado só, mas são realidades diversas, e as estratégias que utilizamos para construir o diálogo com a população são também diversas. Então, é um momento de troca e de encontro. É muito potente a gente se reunir com objetivos comuns. Eu acho que teremos bons frutos”, afirma Aline. 

Por que defender as estatais?

Além de garantir o acesso à água, energia e ao saneamento para milhões de mineiros, as estatais cumprem um papel fundamental no desenvolvimento econômico e social de Minas Gerais.

Na avaliação de Emerson Andrada, que é coordenador-geral do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética (Sindieletro), a movimentação do governo estadual deveria ser outra. Para ele, ao invés de vender as empresas, Romeu Zema deveria buscar fortalecê-las. 

“Muito mais do que debater sobre a privatização das nossas empresas, nós precisamos debater de que forma o povo, por meio de seus representantes, podem recuperar o potencial de desenvolvimento que elas possuem”, complementa. 

Ainda de acordo com Emerson, a Cemig é uma das empresas de energia elétrica mais importantes da América Latina, e a Copasa é uma das empresas de saneamento que possui avaliações de qualidade que são exemplo para qualquer outra empresa do setor.

Ao mesmo tempo, Eduardo Pereira,  presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Minas Gerais (Sindágua-MG), destaca a importância das empresas no combate às desigualdades regionais. 

“A Copasa e a Cemig são fundamentais para ajudar a corrigir as desigualdades regionais em nosso estado, porque elas praticam uma tarifa com subsídio cruzado. Isso significa que os recursos das cidades que dão muito lucro podem ser investidos naquelas que não dão lucro, corrigindo as desigualdades sociais”, destaca. 

Confira a programação completa do seminário

Sábado

7h30 - 8h: chegada das delegações

8h - 9h: café da manhã

9h - 12h: debate sobre a conjuntura brasileira, mineira e a defesa das estatais 

12h - 13h30: almoço

13h30 - 16h30: debate sobre como construir o Plebiscito Popular em Defesa das Estatais

16h30 - 16h50: intervalo

16h50 - 18h: reunião da comunicação e oficina de agitação e propaganda

18h - 19h00: jantar/banho

19h - 00h00: cultural 

Domingo

8h - 9h15: café da manhã 

9h15 - 11h15: debate sobre o planejamento do plebiscito nas regiões

11h15 - 11h35 - encaminhamentos e calendário

11h35 - 12h30: reunião das mulheres sobre o 8 de março 

12h30 - 13h30: almoço

14h: arrumação do espaço e retorno das caravanas

 

Edição: Larissa Costa