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Quanto mais cedo se inicia o tratamento contra a pneumonia menor é o risco, afirma especialista

Normalmente, as vacinas pneumocócicas são disponibilizadas nos Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
Alguns dos principais sintomas da pneumonia são: tosse, febre, dor torácica, sendo que nos idosos pode ter só um quadro de desorientação, de sonolência. - Foto: Marko Ido/CCC

É muito provável que você conheça alguém que esteja se tratando de uma pneumonia. Até mesmo o governador do Ceará, Elmano de Freitas, foi acometido pela doença no início deste ano. A pneumologista do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, Mara Rúbia Fernandes de Figueiredo explica que existem classificações diferentes da doença. De acordo com ela, existe uma pneumonia adquirida na comunidade, que é uma pneumonia que os agentes etiológicos, as bactérias ou os vírus, e mais raramente fungo vão estar na comunidade. Outra variação é a pneumonia hospitalar, que os agentes que causaram, as bactérias que causaram são hospitalares, que normalmente é um outro perfil de bactéria. 

“Existe essa diferenciação em relação a tipos de pneumonias. Precisamente seriam mais essas duas. Tem um outro tipo de pneumonia que a gente chama, que é também hospitalar, que é associada à ventilação mecânica, que aquele paciente que fica internado em UTI pode desenvolver uma pneumonia pela exposição do fato dele estar naquele respirador mecânico, no ventilador, estar mais exposto a questão de infecção, mas é também uma pneumonia hospitalar”. A mais frequente, de acordo com Mara Rúbia é a Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC). 

“Uma outra forma de classificar os tipos de pneumonia, e a gente fala precisamente da pneumonia PAC, é a característica de gravidade delas, de manifestação, que ela pode ser uma PAC leve, moderada ou grave. A leve é aquela que o paciente pode tratar em casa. A moderada é aquela que precisa internar, mas que não vai precisar de UTI e a grave é aquela que vai precisar internar em uma UT”, explica a pneumologista.

“Qualquer pessoa pode ter uma pneumonia, não existe uma proteção 100% efetiva para evitar ter uma pneumonia”, afirma Mara Rúbia. Ela explica que tem população que tem um risco maior, por exemplo, crianças e idosos, e alguns pacientes que têm doenças associadas como diabetes, o paciente que tem doença cardíaca, paciente que tem doença pulmonar, pacientes que têm doença renal, o paciente tabagista, o paciente etilista. São fatores em que alteram, de fato, a imunidade e essas pessoas têm uma possibilidade maior de desenvolver uma pneumonia. 

Alguns dos principais sintomas da pneumonia são: tosse, febre, dor torácica, sendo que nos idosos pode ter só um quadro de desorientação, de sonolência, nem sempre tem a tosse bem manifesta, a febre bem manifesta. A criança também pode ter sintomas um pouco diferente, muita irritabilidade. Nesses casos, quando a pessoa achar que está com pneumonia, é importante que imediatamente procure ser avaliada por um médico para ver se ela está com pneumonia. O médico vai examiná-la, vai auscultar os seus pulmões, o tórax, fazer o exame do tórax, colher a história clínica para ver se aquela situação tem relação com pneumonia e vai, dentro do possível, fazer um exame de imagem que o mais utilizado é a radiografia de tórax para poder, com esses dados detectar e dar realmente um diagnóstico. “É isso que deve ser feito, porque com o diagnóstico vai poder ser iniciado imediatamente o tratamento que, na maioria das vezes, se a causa foi uma bactéria, que é a maioria das vezes, vai ter que iniciar o antibiótico imediatamente. Quanto mais cedo se inicia o tratamento menor é o risco de complicação”, afirma a pneumologista.

Apesar de que qualquer pessoa pode ter pneumonia, a população realmente mais acometida, que tem que se preocupar mais é essa. E esse grupo é o grupo que tem disponibilização de vacinas contra o pneumococo, que é a bactéria Streptococcus Pneumoniae. “Além da vacinação contra a influenza, que é um vírus muito responsável pela questão das pneumonias, porque quando não causa diretamente uma pneumonia viral a influenza pode facilitar a entrada de bactérias como o pneumococo, Staphylococcus Aureus, que a gente chama, que causa uma pneumonia bacteriana secundária a um quadro viral. Então essa população é uma população que deve se prevenir tanto quanto influenza quanto tem as vacinas pneumocócicas, que no SUS existem para crianças. É um tipo de pneumocócica que a gente chama de conjugada, e no SUS também existe para adultos um outro tipo de pneumocócica, que é a polissacarídica. Tem um outro tipo de vacina conjugada, que é recomendado também para os adultos, que é parecida com a utilizada na criança, mas que não é disponível no SUS para toda a população, só algumas populações como, por exemplo, os pacientes que têm o HIV. Mas o restante da população, idosa e que tem essas comorbidades, o fator de risco, têm também disponibilizado uma vacina pneumocócica, mas não é essa conjugada, como é a da criança”.

As vacinas das crianças estão disponíveis da rede pública de saúde, com a realização de campanha de vacinação pelo SUS, já as de adulto, normalmente, essas vacinas pneumocócicas, são disponibilizadas nos Cries, os Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais, que fazem toda essa organização de imunização dos estados, e aqui no estado do Ceará fica juntinho do Hospital Infantil Albert Sabin, na Rua Tertuliano Sales, 544 - Vila União. Lá são encaminhados os pacientes adultos que têm indicação de fazer as vacinas pneumocócicas.

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Edição: Camila Garcia