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Chacina de Varginha em 2021: após dois anos, agentes são indiciados

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Chacina em Varginha: PF diz que não houve resistência - Divulgação/PMMG - Divulgação/PMMG
É possível prevenir casos como esses e outros

Mais uma batalha vencida para os Direitos Humanos! Saiu o resultado do inquérito da Polícia Federal (PF), indiciando 40 agentes policiais envolvidos na chacina de 2021, em Varginha.

Após dois anos da minha denúncia de abusos e irregularidades na operação, pela qual fui alvo de violência política e ameaças de morte. A operação policial foi enquadrada pela PF como crimes de tortura, autoria e coautoria de homicídio qualificado (quando há intenção de matar) e fraude processual.

A resposta do Judiciário reconhece a ilegalidade na ação e lança um desafio para o Estado e para as instituições de segurança pública.

O que aconteceu em Varginha, com certeza, não faz parte da orientação e da formação policial militar. Quando uma operação policial resulta na morte de 26 pessoas, não pode ser entendida como uma prática normal, aceitável ou de “segurança”. Mas, enfim os agentes envolvidos vão responder por abuso e pelas mortes.
 

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Como presidenta da Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), assisto atenta ao desenrolar do caso. Também colaborei com os esforços da investigação. E, por ter trabalhado na defesa das vítimas e suas famílias, tive que solicitar escolta policial.  

Ações policiais com uso desmedido da força e de armas - mesmo sendo casos isolados - precisam ser cada vez mais combatidas, principalmente pelas próprias instituições de segurança pública.

É possível prevenir casos como o do sargento Roger Dias da Cunha, que morreu em janeiro durante uma ocorrência em Belo Horizonte, e vítimas como em Varginha, que eram somente suspeitas de um ato infracional. Vamos continuar atuando nesse sentido, fazendo a nossa parte.

O avanço e o resultado positivo nessa investigação só nos fortalecem. Seguimos com esperança, trabalhando por direitos e para todos, todas e todes.

Andreia de Jesus (PT) é deputada estadual e presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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Leia outros artigos de Andreia de Jesus em sua coluna no jornal Brasil de Fato MG

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Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal.

Edição: Elis Almeida