Em meio à emergência climática e ao crescente desmatamento nas áreas de Cerrado, conhecido como a “caixa d’água” do Brasil, os povos e comunidades tradicionais (PCT) da região do Norte de Minas resistem em defesa de seus territórios.
No documentário “Proteger o Cerrado para garantir a vida. Geraizeros em luta pelo território”, produzido pelo Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), os geraizeiros de Riachinho e Santana, que ficam em Rio Pardo de Minas, relatam a luta pela preservação de suas terras contra o avanço de empresas.
O filme mostra que as comunidades têm resistido há anos contra a exploração predatória de uma empresa que alega posse de terras públicas dentro do território tradicional. Recentemente, uma nova investida teria resultado no desmatamento de 1,2 mil hectares de chapada.
“Se a comunidade não tivesse ido para cima, o crime teria sido maior, pois eram 1,6 mil hectares que estavam prontos para ser assassinados em 30 dias”, denunciou Orlando dos Santos, representante da comissão estadual dos PCTs, em entrevista ao documentário.
Em resposta, os geraizeiros se uniram para barrar a continuidade do desmatamento, acampando na área desmatada, para reivindicar seus direitos, denunciar os crimes ambientais e exigir ações efetivas do Estado.
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Segundo os moradores das comunidades, o impacto ambiental do desmatamento é devastador, com a supressão de plantas medicinais, frutos nativos e habitats de animais silvestres, além de afetar diretamente as famílias.
“Antes, quando as terras estavam em domínio da comunidade e dos nossos antepassados, tinha água em abundância. Depois que essas empresas chegaram, prometendo riqueza para a comunidade, só trouxeram destruição”, relata Edson de Sousa, de Riachinho, no filme.
Assista
O documentário coloca os moradores como protagonistas, narrando suas histórias e lutas diárias contra a grilagem de terras e em defesa do Cerrado. As áreas desmatadas estão inseridas nos territórios tradicionais das comunidades geraizeiras, que vivem e protegem a região há gerações.
O filme está disponível no canal do CAA/NM no Youtube e você pode assisti-lo clicando aqui.
Edição: Ana Carolina Vasconcelos