Famílias atingidas pelas obras da linha 2 do metrô, em Belo Horizonte, se mobilizaram, nesta segunda-feira (11), pela manhã, para reivindicar que a concessionária Metrô BH, o governo do estado e a prefeitura abram uma mesa de negociação sobre indenizações, reassentamento e novas moradias.
O ato aconteceu na Avenida Amazonas, na altura da Avenida Tereza Cristina, local em que os manifestantes pararam o trânsito para lutar pelos seus direitos, com o grito de guerra “Metrô BH, queremos negociação. Moradia é direito e não abrimos mão”.
Desde setembro do ano passado, mais de 350 famílias têm vivido a incerteza sobre onde vão morar, já que a empresa anunciou que essas pessoas teriam que ser removidas de suas casas para construção da linha 2 do metrô. As obras de expansão começaram no dia 16 de setembro deste ano.
Moradores dos bairros Gameleira, Nova Gameleira, Nova Cintra, Betânia, Vista Alegre e no Barreiro, todos na região Oeste da capital, têm sido afetados.
“A gente não vai aceitar mais esse desrespeito que eles estão fazendo com as famílias. Nós estamos aqui e daqui só saímos com a mesa de negociação com as famílias. Não vamos arredar o pé. Ou a Metrô BH toma providência ou então vamos acampar aqui”, enfatizou a moradora do bairro Nova Gameleira Poliane Cristina Furtado, durante a mobilização.
Problema se arrasta por mais de um ano
Essa não é a primeira manifestação que as famílias realizam pelo mesmo motivo. O caso, que segue sem resolução há mais de um ano, também foi pauta de audiência pública, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no dia 17 de setembro.
Na ocasião, os moradores reivindicaram um diálogo claro sobre o cronograma das remoções provocadas pela realização das obras. A falta de transparência e de comunicação da MetrôBH também pautou o encontro.
Um dos encaminhamentos da reunião foi o estabelecimento de uma mesa de diálogo, com a participação das famílias e do Ministério das Cidades.
A empresa se programa para desembolsar um total de R$ 28,7 milhões. Dessa forma, o valor médio proposto para cada família é em torno de R$ 89 mil.
A proposta da empresa é de que as famílias sejam indenizadas somente pelas benfeitorias realizadas nos imóveis, sendo desconsiderado o valor dos terrenos, que foram ocupados irregularmente. Além disso, a MetrôBH defende que as negociações sejam conduzidas individualmente com cada família.
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À época, o Brasil de Fato MG fez contato com a empresa, que afirmou ter instalado pontos para tirar dúvidas nos bairros que serão atingidos, mas o que os moradores relatam é que as informações fornecidas nesses locais não são claras.
Edição: Ana Carolina Vasconcelos