Minas Gerais

Pandemia

Servidores da educação de MG denunciam riscos do ensino à distância na rede pública

Categoria lança manifesto nesta quinta e levanta que mais de 40% dos estudantes não possui acesso à internet no estado

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Cerca de 700 mil estudantes da rede estadual de ensino teriam que se dirigir até as escolas para recolher materiais didáticos físicos - Agência Brasil

Um manifesto em defesa da vida na educação pública de Minas Gerais será lançado nesta quinta-feira (30), durante uma live do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), que vai ao ar na página do Facebook. da entidade a partir das 18h30.

O ao vivo contará com a participação de Denise Romano, coordenadora geral do Sind-UTE/MG e diretora estadual da CUT Minas; Fábio Garrido, diretor estadual do Sind-UTE/MG e coordenador da subsede de Ouro Preto; Beatriz Cerqueira, deputada estadual e presidenta da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da USP e membro da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

O manifesto conta com assinaturas de diversas entidades mineiras que lutam pela educação pública e tem o objetivo de manifestar indignação frente à proposta do Governo de Minas de iniciar a educação à distância nas escolas públicas do estado. O plano do Executivo estadual consiste na realização de teleaulas com acesso a plataformas digitais de conteúdo e distribuição de material físico para aqueles alunos que não têm acesso à internet e à televisão.

De acordo com dados do sindicato, mais de 40% dos estudantes da rede pública de Minas Gerais não possuem internet e a rede pública de televisão abrange apenas 23% dos municípios. Cerca de 700 mil estudantes da rede estadual de ensino teriam que se dirigir até as escolas para recolher materiais didáticos físicos.

"Isso significa risco eminente de contágio para milhares de trabalhadores em educação, estudantes que terão que se deslocar às escolas e seus familiares", levanta o texto, que chama a atenção para a falta de infraestrutura do estado para realizar tal façanha e o fato de que a maioria das famílias que não possuem internet reside nas periferias das grandes cidades ou em áreas rurais, com poucos recursos para o tratamento da Covid-19.

Por esses motivos, e afim de respeitar o isolamento social para retardar o avanço do coronavírus, o manifesto reivindica a suspensão de qualquer atividade escolar nas redes públicas de ensino enquanto durar a pandemia.

“Estes são fatos inquestionáveis que nos impõe escolhas éticas. A escolha pelo distanciamento social é o comportamento ético necessário para resguardar a vida da comunidade escolar e de todos os cidadãos resguardando ao máximo o equilíbrio do sistema público de saúde durante a pandemia. Esta solidariedade é o aprendizado possível e necessário para atravessarmos juntos este período como membros de uma mesma comunidade humana para além dos números que se amontoam nos sistemas de ensino, de saúde e na economia”, declaram as entidades.

Acompanhe o debate e lançamento do documento:


Live conta com participação de especialistas em educação e membros do sindicato / Divulgação

Edição: Elis Almeida