Minas Gerais

PATRIMÔNIO

Arraial de Belo Horizonte volta à Praça da Estação entre os dias 29 de julho e 6 de agosto

Retomada da edição presencial do festejo será o primeiro grande evento público da capital após isolamento social

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |

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Belo Horizonte é destaque no cenário nacional, sendo um dos cinco principais destinos do país para se comemorar o festejo popular - Foto: Bruno Figueiredo

O tradicional concurso de quadrilhas da capital mineira retoma sua edição presencial após dois anos suspenso por causa da pandemia. A 43º edição do Arraial de Belo Horizonte está prevista para acontecer entre os dias 29 de julho e 6 de agosto. Durante esse período, mais de 40 grupos especiais e de acesso disputam o troféu de melhor quadrilha.

 

Belo Horizonte é destaque no cenário nacional, sendo um dos cinco principais destinos do país para se comemorar o festejo popular. Além disso, foi a única cidade do Sudeste a vencer o concurso nacional de quadrilhas, título conquistado em 2018. Não é para menos, desde 1979, os mineiros organizam a festa que hoje é um dos principais patrimônios da cultura popular da cidade.


Foto: Daniel Iglesias

Coreografia, cenografia, homenagens e muita alegria

Cada grupo de quadrilha é composto por mais ou menos 50 integrantes, desde dançarinos, marcadores, cenógrafos, músicos, figurinistas etc. Os trabalhos são intensos e, para fazer uma bela apresentação no dia da festa, os integrantes literalmente suam bastante.

“Nossos ensaios são diários, começam às 22h e não têm hora para terminar”, declara o presidente do grupo Pipoca Doce, Rômulo Santos. A campeã do último concurso vem com tudo para garantir uma dobradinha neste ano. “Com essa retomada presencial, todo mundo está muito animado, porque foi muito tempo sem dançar e a paixão é muito grande”, celebra o dançarino.

Mas os preparativos começam muito antes de junho. A maioria dos grupos elaboram homenagens para as apresentações, por isso é preciso uma pesquisa sobre o tema e, a partir daí, idealizam figurino, cenário, coreografia etc. Alguns grupos já anunciaram os homenageados deste ano, entre eles estão a Feira Hippie, o mestre Aleijadinho e a Inconfidência Mineira.

Já outras entidades, preferem guardar a informação e fazer suspense até o momento da apresentação. É o caso, por exemplo, da São Gererê, que trouxe para Minas o título nacional, conquistado com a homenagem às vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Mariana.

Cada detalhe importa

Na disputa em BH, os jurados levam em conta cada detalhe, inclusive a organização das equipes. Cada grupo tem dez minutos para montar seu cenário, 20 minutos para executar a apresentação e mais dez para deixar o tablado livre para o próximo grupo. No entanto, nesta edição, o sentimento de vitória é coletivo.

“Neste ano, todas são campeãs, porque vencer as dificuldades da pandemia, manter a comunidade unida nesse período e a cultura viva não foi fácil”, enfatiza Marah Costa, diretora de eventos da Belotur, entidade que organiza o concurso. Já a competição nacional, é realizada pela Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilhas Juninas (Confebraq) e é disputada por um representante de cada estado. O palco do concurso nacional ainda não foi decidido, mas, para alegria dos mineiros, há possibilidade de Belo Horizonte sediar o evento.

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Mesmo com o isolamento social, as quadrilhas da capital se esforçaram para manter o vínculo com o público, realizando, em 2021, um concurso de figurinos entre os grupos. De acordo com a Belotur, as votações somaram mais de 1 milhão de participantes.

Jadison Nantes, presidente da União Junina Mineira explica que diversos grupos perderam integrantes para a covid-19 e por todas as dificuldades não vão conseguir estar na Praça da Estação. Por isso, para ele, a importância da festa ganha uma nova simbologia: celebrar a vida e a união.

E, de fato, a união é uma das principais características dos grupos. Ao contrário do que muita gente pensa, os trabalhos de quadrilha seguem ao longo de todo ano. Seja na realização de eventos para arrecadação de recursos para as entidades, seja nos ensaios e formações dos integrantes, ou mesmo na confecção dos artefatos utilizados na festa.

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Jadison avalia que, além dos aspectos culturais, as quadrilhas juninas têm o papel fundamental para as comunidades, já que a maioria delas ficam em áreas mais periféricas da capital. "O trabalho social realizado por um grupo de quadrilha é tão belo quanto o trabalho artístico apresentado", ressalta.

Concurso gastronômico

Festa junina só é autêntica se tiver comida. E quem for ao Arraial de Belo Horizonte vai poder experimentar as delícias vencedoras da terceira edição do Concurso de Prato Junino. A disputa aconteceu entre os alunos de diversas faculdades de gastronomia de Belo Horizonte e cada entidade terá seu representante no festival.

Para Marah Costa, o público e os profissionais ganham muito com essa proposta. “Lidar com essa quantidade de público, em um evento na rua que tem outra realidade do que a de uma cozinha fechada, é outra experiência”, aponta a diretora da Belotur.

Serviço:

O que: 43° Edição Arraial de Belo Horizonte, na Praça da Estação, em Belo Horizonte

Data: 29 de julho a 06 de agosto

Evento gratuito. Mais informações, aqui.

Edição: Larissa Costa