Minas Gerais

INFLAÇÃO

Cesta básica em BH ficou 21,95% mais cara em um ano

Salário mínimo, segundo Dieese, deveria ser quase seis vezes o valor atual

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |

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O preço médio atual é R$ 648,77, ou seja, 57,87% do salário mínimo, descontada a contribuição previdenciária - Foto: Tânia Rêgo

Em junho, o custo médio da cesta de alimentos teve queda de 0,67% em Belo Horizonte. Por outro lado, em comparação com o mesmo mês do ano passado, a cesta básica encareceu 21,95% na capital mineira, assim como em todas as outras capitais pesquisadas. O preço médio atual é R$ 648,77, ou seja, 57,87% do salário mínimo, descontada a contribuição previdenciária.

As informações são da última pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que toma como base as variações nos preços de 13 alimentos: carne, leite, feijão, arroz, farinha de trigo, batata, tomate, pão de sal, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. Desses, os que mais encareceram no último mês são o leite (23,09%) e a banana (13,65%).

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Ainda segundo o Dieese, para que um morador de Belo Horizonte, que recebe um salário mínimo, adquirisse a cesta básica em junho, foi preciso trabalhar, em média, 117 horas e 46 minutos. Este seria o trabalho necessário para alimentar um adulto no mês.

Situação nacional semelhante

No Brasil, em 12 meses, a cesta encareceu em todas as 17 cidades pesquisadas e o aumento é maior que a inflação oficial do período, medida pelo IPCA, de 11,73%. As altas variam 13,34% (Vitória) a 26,54% (Recife).

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Considerando as necessidades básicas de uma família de dois adultos e duas crianças com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e Previdência, com preços de São Paulo, o Dieese calcula que o salário mínimo necessário deveria ser R$ 6.527,67, ou seja, 5,39 vezes o valor atual.

Nova pobreza no país

Recente pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), intitulada Mapa da Nova Pobreza, aponta que quase um terço dos brasileiros sobrevivem com menos de meio salário mínimo por mês. Além disso, no ano passado, quase 63 milhões de pessoas (29,6% da população total) tinham renda domiciliar per capita de até R$ 497 mensais. O número representa um acréscimo de 9,6 milhões de pessoas nessa situação, em comparação com 2019.

Edição: Larissa Costa