Minas Gerais

CULTURA

Editorial | Gal: fatal, profana e eterna referência

Como toda grande artista, o legado de Gal nos deixa, também, inúmeros desafios.

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Fernando Frazão - Agência Brasil

Nesta semana muitas linhas serão escritas para homenagear uma das maiores brasileiras de todos os tempos. O que é muito merecido. Afinal, Maria da Graça Costa Penna Burgos, nossa Gal Costa, grande referência da música popular brasileira, emprestou sua voz para ecoar, ao longo de muitas gerações, os sonhos, ritmos e amores que o nosso povo viveu.

Ícone da contracultura nos anos 1970

A nós que tivemos o privilégio de conviver com essa potência em vida, fica a lembrança do timbre único e da capacidade incessante de se reinventar. E de enxergar nos novos nomes da música brasileira talento e legitimidade: basta lembrar que Gal revelou Zeca Baleiro, mas também gravou com Marília Mendonça, Criolo e em 2022 subiu no palco dos festivais da esplanada do Mineirão.

Para as gerações que virão e para as que aqui estão e que ainda não tiveram tempo de escutar a guitarra elétrica de “Gal a todo vapor”, ou os que não embalaram o final de semana com “Domingo” e nem passaram o batom vermelho para escutar “Profana”, ainda está e sempre estará em tempo de admirar aquele vozeirão.

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Ícone da contracultura nos anos 1970, Gal Costa foi figura da resistência artístico-cultural à ditadura militar e defensora da democracia e da liberdade de expressão em um período que até foto de biquíni era pretexto para proibir a circulação de discos.  Mais recentemente não deixou de denunciar os absurdos do governo Bolsonaro e esteve firme na campanha para derrotá-lo.

Como toda grande artista, o legado de Gal nos deixa, também, inúmeros desafios.

Artistas são divulgadores de valores que defendemos

Compreender o papel do artista não só como o produtor de peças musicais, mas também como interlocutor de valores e princípios e ter a compreensão de que a convivência entre as gerações é chave para manter viva a capacidade criativa são dois deles. Ainda, não se deixar acomodar e ser uma ponte entre ritmos, linguagens e os círculos sociais também foi uma marca dessa grande baiana e que a admiração coloca para nós como tarefa.

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Gal sempre foi e seguirá sendo referência para quem sonha e luta por um Brasil mais justo, mais livre, mais próspero e digno para todo seu povo.

Ao perder os grandes mestres da vida dizemos que “o céu está em festa”, e essa semana certamente estará para recebê-la.

Edição: Elis Almeida