Minas Gerais

DIGNIDADE

Sair das ruas é o desejo de 91% dos que vivem essa realidade em Belo Horizonte

Censo realizado pela UFMG levantou indicadores para a elaboração de políticas públicas

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG | |
Foram ouvidas pessoas em situação de rua, que frequentam abrigos, restaurantes populares, praças e terrenos baldios, por uma equipe de 300 pesquisadores - Adão de Souza

O censo da população de rua 2022 de Belo Horizonte, divulgado nesta quinta (9), mostrou que sair das ruas é a vontade de 91,4% da população que vive hoje essa realidade. Os principais problemas para isso seriam a falta de moradia (55,3%) e de acesso a um trabalho assalariado (55%).

Realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a pedido da Prefeitura de Belo Horizonte, a pesquisa apontou ainda a quase triplicação do número de pessoas nas ruas, chegando a 5.344.

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Foram ouvidas pessoas em situação de rua, que frequentam abrigos, restaurantes populares, praças e terrenos baldios, por uma equipe de 300 pesquisadores.

Mais políticas públicas 

O professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG Frederico Garcia, coordenador da pesquisa, destacou que as informações são importantes para a formulação de políticas públicas adequadas.

“Vale destacar o aumento do tempo médio de permanência nas ruas, o envelhecimento dessa população e o impacto dos problemas de saúde mental na constituição desse grupo. Precisamos observar esses pontos para agir de acordo com o Estatuto do Idoso e atuar na promoção de saúde e prevenção de transtornos mentais entre crianças e adolescentes”, defendeu em coletiva de imprensa.

Indicadores

Segundo o resultado do censo, o tempo vivido em situação de rua aumentou de 7,4 anos para 11 anos em Belo Horizonte. Os dados ainda mostram que, dessa população, 84% são homens com média de 42,5 anos, enquanto 16% são mulheres com média de 38,9 anos.

Para 27%, tornar-se beneficiário de programas de transferência de renda seria um mecanismo para deixar as ruas, enquanto 17% acreditam que poderiam ter uma nova vida com educação ou formação profissional.
 

Edição: Larissa Costa