Minas Gerais

DEMOCRACIA

Relatório da CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro foi apresentado à ALMG nesta sexta (10)

Documento final, elaborado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pede o indiciamento de Bolsonaro e mais 60 pessoas

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
CPMI investigou atos de ação e omissão ocorridos nas sedes dos Três Poderes da República, em Brasília. - Foto: Sarah Torres/ ALMG

O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro de 2023 foi apresentado em audiência pública, nesta sexta-feira (10), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Embora tenha sido invadida por assessores e parlamentares bolsonaristas, que incitaram o ódio e causaram tumulto, a audiência foi finalizada conforme o planejamento da Comissão de Direitos Humanos.

O requerimento para audiência foi feito pelas deputadas Andréia de Jesus (PT), Bella Gonçalves (PSOL), Ana Paula Siqueira (Rede), Beatriz Cerqueira (PT) e Leninha (PT) e pelos deputados Betão (PT), Cristiano Silveira (PT), Doutor Jean Freire (PT) e Leleco Pimentel (PT).

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Relatório pede indiciamento de Bolsonaro

A CPMI investigou atos de ação e omissão ocorridos nas sedes dos Três Poderes da República, em Brasília. O episódio é reconhecido como o maior ataque aos direitos políticos e à democracia brasileira da história recente.

O documento final, elaborado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais 60 pessoas, entre ex-ministros, integrantes das Forças Armadas e policiais militares, além da deputada federal Carla Zambelli (PL).

Em seu depoimento na audiência, Eliziane lembrou que sua presença em Minas Gerais faz parte de uma rodada pelo Brasil, cujo objetivo é apresentar os resultados do relatório nos estados. Essa é uma estratégia, segundo ela, para chamar a sociedade brasileira para promover uma avalanche contra qualquer ameaça à democracia.

“Houve um movimento subsidiado pela extrema direita brasileira para tentar atentar contra o Brasil”, explana a senadora, sobre o 8 de janeiro.

Para ela, o governo Bolsonaro tentou desqualificar as urnas eletrônicas e implantar a ideia de que elas não seriam seguras para as eleições. “Ele fez isso porque já previa que não ganharia o processo eleitoral”, apontou.

Durante a CPMI, houve quebra de sigilos e descobertas de assuntos que nem estavam no ponto central da comissão, como as joias negociadas fora do Brasil pelo ex-presidente e a fraude nos cartões de vacina.

“Eles [bolsonaristas] acionaram o gabinete do ódio e começaram a atacar integrantes da CPMI, mas nós fomos firmes. Eles podem até tentar, mas não vão nos intimidar. A democracia venceu a barbárie e o medo”, realçou.

Não à política do ódio

O deputado federal Rogério Correia (PT), também presente na sessão, afirmou que o relatório conseguiu demonstrar ao Brasil que houve uma tentativa clara de golpe. O parlamentar ainda observou que foi importante desvendar que setores das forças armadas estavam articulados com o ex-presidente Bolsonaro. Em sua fala, ele relembrou o episódio dos acampamentos em frente aos quartéis.

“A polícia federal investigará quem foram os mandantes do golpe. A política do ódio não pertence mais ao povo brasileiro. O Brasil disse não ao bolsonarismo e ao golpismo”, sinalizou. Agora, segundo o deputado, o relatório aprovado na CPMI segue para avaliação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Edição: Larissa Costa