Minas Gerais

TRISTEZA

Um mês depois: como estão as famílias atingidas pelas enchentes em Minas Gerais?

Segundo a Defesa Civil, estado ainda tem 49 mil pessoas desalojadas

Brasil de Fato | Minas Gerais (MG) |
Moradora de Brumadinho conta que depois que a enchente passou começaram a aparecer ratos - Foto: Douglas Magno | AFP

Após um mês das fortes chuvas do início de janeiro que devastaram Minas Gerais, a situação do estado ainda é preocupante. Segundo boletim da coordenadoria estadual da Defesa Civil de Minas Gerais, divulgado na quinta (3), 413 municípios ainda estão em situação de emergência. Segundo o informe, desde o dia primeiro de outubro de 2021, o estado acumula 25 mortes, 8133 desabrigados e 48.930 desalojados, em decorrência do período chuvoso.

As famílias dos municípios mais afetados tiveram que lidar com casas alagadas, pessoas ilhadas, perda de móveis, perda de comida. Cidades e comunidades ao longo da Bacia do Rio Paraopeba, sofreram mais uma vez com a lama contaminada pelo crime da Vale no Córrego do Feijão 

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Em Raposos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram cerca de 8 mil pessoas atingidas e mais de mil famílias desabrigadas. No dia 9 de janeiro, o prefeito da cidade, Serginho da Bota (PSB), gravou um vídeo no qual pediu ajuda. Na ocasião, em meio a lágrimas, o prefeito afirmou que a situação era mais grave que em 2020, se solidarizou com as famílias que perderam suas casas e com os moradores que ficaram ilhados. “Vamos ajudar. Igual fizemos da outra vez. E não vamos desanimar”, pediu.

Em Brumadinho, a lama da Vale invadiu casas mais uma vez

Após as enchentes, as famílias buscam reconstruir suas vidas e seguir em frente. Porém, fazer isso não tem sido fácil. A ribeirinha e moradora de Brumadinho Márcia de Medeiros Faria contou ao Brasil de Fato MG que as casas continuam com lama e que, depois que a enchente passou, começaram a aparecer ratos. “Está sendo muito complicado. Já tentamos entrar em contato com a Vale para ver o que podem fazer para ajudar e até agora não conseguimos respostas”, explicou.

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No dia 18 de janeiro, o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), por meio do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), notificou a Vale para que tome medidas. 

O ofício encaminhado à mineradora atribui à empresa a responsabilidade pela limpeza imediata de propriedades particulares e vias públicas dos municípios da Bacia do Rio Paraopeba atingidos pelas chuvas. Além disso, o Estado determinou que a mineradora execute ações de estabilização de taludes e de disciplinamento de drenagens, com o objetivo de evitar processos erosivos e, consequentemente, carreamento dos rejeitos.  

Solidariedade em Raposos

Diante do cenário devastador, movimentos populares, igrejas, prefeituras e coletivos se mobilizaram para ajudar com a limpeza das casas de famílias atingidas e para levar água, mantimentos e outras doações a quem precisa.

“Foi por meio da solidariedade que conseguimos remover grande parte da lama da cidade. Mas ainda hoje existem muitas casas que não receberam a visita da Defesa Civil e seguem na mesma situação”, relata Gabriel Luna, um dos coordenadores da campanha SOS Minas. Durante o mês de janeiro, a iniciativa organizou idas semanais de voluntários à cidade de Raposos.  

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Segundo Gabriel, o próximo passo da campanha é ajudar na reestruturação das casas, a partir da doação de móveis e eletrodomésticos. “Algumas pessoas conseguiram suspender seus eletrodomésticos para o segundo andar das casas, mas a lama foi tão alta que, em alguns casos, atingiu o segundo andar”, conta.

Para fazer doações à campanha ou ser voluntário, acesse o perfil @sos.minasgerais, no Instagram.

 

Edição: Larissa Costa