Minas Gerais

CULTURA POPULAR

Samba da Meia Noite retoma as atividades hoje (19), no Viaduto Santa Tereza

O grupo de samba de roda de BH realizará o evento que marca o retorno dos eventos presenciais à partir das 0h

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
"Quando ocupamos o viaduto Santa Tereza com nossos corpos e nossa manifestação cultural, estamos garantindo a disseminação e resistência dessa cultura tão rica que é o samba de roda”. - Foto: Pablo Bernardo

O Samba da Meia Noite é um grupo de cultura popular belo-horizontino voltado para o samba de roda. Após mais de 10 anos de existência, o grupo se viu impossibilitado de realizar atividades presenciais, durante os últimos dois anos, devido a pandemia da covid-19. Hoje (19) o samba retorna, com evento no Viaduto Santa Tereza, em Belo Horizonte, a meia noite.

Segundo Virgínia Dandara, uma das integrantes do grupo, foi um processo lento e complicado para que sentissem segurança para voltar às ruas, mas a retomada prevê troca, alegria e valorização da cultura popular brasileira. “Toda cautela e cuidado valerá a pena”, comenta.

Além disso, Virgínia ressalta também a importância da vacinação para retomada de eventos culturais e de que grupos como o Samba da Meia Noite se posicionem.

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“Essa volta só é possível graças à eficácia das vacinas e aumento da porcentagem de pessoas vacinadas. Acreditamos também, que o momento político e social necessita de posicionamentos e ocupações dos espaços.”

Retomada

Rogéria Belarmino, co-fundadora do Samba da Meia Noite relata que durante o período de isolamento social, o grupo realizou atividades internalizadas. “O samba ficou parado nas ruas, mas ativo com atividades internas, no sentido de formação, reflexão, organização e atividades online”.

A co-fundadora ressalta que esse processo foi importante para que o Samba da Meia Noite pudesse avançar nos debates sobre o papel das mulheres na cultura popular, negritude, dentre outros. A partir dessas reflexões e ao flexibilizar as regras de isolamento social, o grupo realizou a Escola de Sambadeiras. Que segundo Rogéria, foi um processo de formação e produção coletiva.

Valéria Silva, também co-fundadora do Samba da Meia Noite, relata ânimo para a retomada presencial dos eventos: "Esperamos voltar à periodicidade do que fazíamos na nossa velha e nova casa que é o Viaduto Santa Tereza. Esperamos impactar e sermos impactados pela força do nosso público”.

O Samba da Meia noite

O samba de roda é um estilo musical popular brasileiro, que possui em suas canções e danças diversas influências africanas e dos povos originários do Brasil. Jefferson Gomes, também co-fundador do projeto, relata como o grupo traz isso para seu repertório.

“As nossas cantigas contam dos nossos encantos, dos nossos Orixás, da base da nossa religiosidade, cultura e história”, comenta.

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Além disso, Jefferson também cita a importância da cultura enquanto mecanismo de luta do povo. “Colocar debaixo do viaduto Santa Tereza, um grupo composto completamente por pessoas negras, é um ato de resistência. A cultura popular é ferramenta de denúncia contra o racismo, o fascismo e qualquer tipo de preconceito.”

Valéria complementa a afirmação. Segundo ela, o samba é uma das mais importantes demonstrações da cultura negra, e o Samba da Meia Noite é uma das garantias de propagação e continuação dessa cultura.

“É uma convergência entre a cultura brasileira e africana. E quando ocupamos o viaduto Santa Tereza com nossos corpos e nossa manifestação cultural, estamos garantindo a disseminação e resistência dessa cultura tão rica que é o samba de roda”.


Serviço

Local: Viaduto Santa Tereza, Centro, Belo Horizonte

Horário: À partir de meia noite de sexta dia 19

Atividades gratuitas e abertas ao público, sem necessidade de retirar ingresso

Mais informações no Instagram, clique aqui.

 

Edição: Elis Almeida