Minas Gerais

MEIO AMBIENTE

Moradores denunciam que uma das últimas áreas verdes de BH está ameaçada por empreendimento

Construtora planeja obra no bairro Luxemburgo, próxima à Mata do Mosteiro e ao Parque Tom Jobim

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |

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Arquivo FPM - PBH

Com cerca de 11.700 metros quadrados e vizinha à Mata do Mosteiro e ao Parque Tom Jobim, no bairro Luxemburgo, uma das últimas e maiores áreas verdes da capital mineira está ameaçada, devido à construção de um empreendimento imobiliário. A denúncia foi feita por moradores da região, em audiência pública, realizada dia 8, na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH).

Mesmo sendo classificada como Área de Preservação Permanente (APP), a Construtora Katz planeja a construção de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) na região. Durante a audiência, os moradores relataram que temem os possíveis impactos socioambientais do empreendimento.

“A área que será devastada é muito importante para toda a cidade de Belo Horizonte, porque é responsável pelo escoamento das águas, que vão desembocar no Córrego do Leitão”, destacou Marcos Righi, presidente da Associação dos Moradores e Amigos dos Bairros Luxemburgo e Coração de Jesus (Amalux), durante a reunião.

Famílias querem que PBH desaproprie o terreno e amplie Parque Tom Jobim 

Os moradores ainda enfatizaram que a riqueza em flora e fauna da região, que é de Mata Atlântica, deve ser preservada e não colocada à disposição para a construção de grandes obras.

Outro possível impacto do empreendimento é a intensificação de alagamentos em uma das principais avenidas da região, a Prudente de Morais. Com a obra, a capacidade de infiltração de águas pluviais da área ficaria prejudicada.

O debate, promovido pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana e requerido pela vereadora Duda Salabert (PDT), foi conduzido pela parlamentar, que também enfatizou a importância da região para o município.

O que diz a empresa

O projeto da Katz prevê a construção de um prédio com três blocos, de quatro andares cada, 80 apartamentos, piscina, lojas, estacionamento e áreas de convivência.

Representando a construtora, Daniel Bahia afirmou que o projeto não trará impactos negativos para a região e que apenas 30% da área total do terreno, que é particular, será ocupada.

Perspectivas

Para a garantia da proteção integral da região, as famílias propõem que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) desaproprie o terreno, com indenização ao proprietário, e anexe à área do Parque Tom Jobim.

Representando a PBH, o diretor de Licenciamento Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Pedro Franzoni, afirmou que a prefeitura reconhece a importância da Mata do Mosteiro e que estuda a ampliação do Parque Tom Jobim.

Como encaminhamento da audiência, Duda Salabert garantiu que irá formalizar pedidos de informação aos órgãos ambientais e à construtora e, posteriormente, irá convocar uma nova reunião entre os envolvidos.

“Essa primeira audiência está longe de ser conclusiva, mas representou um ponto de partida para o aprofundamento da discussão de todos os aspectos e interesses envolvidos”, destacou a vereadora.

 

Edição: Elis Almeida